Conto De Mistério E Suspense

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A Sombra do Espelho: Uma Despedida Amarga

Era uma tarde chuvosa quando Emma decidiu participar de um leilão de antiguidades. Entre os itens empoeirados e esquecidos, seus olhos encontraram um espelho antigo, ornado com entalhes intrincados. A atmosfera mágica que o envolvia era irresistível, e Emma arrematou o espelho sem hesitar.

Ao instalá-lo em seu quarto, notou algo peculiar. A reflexão no espelho parecia ter uma vida própria. Intrigada, Emma observava enquanto sua imagem sorria, acenava e até mesmo expressava emoções que ela mesma não sentia naquele momento.

À medida que Emma mergulhava mais fundo na conexão com sua sombra no espelho, descobertas sombrias se revelavam. Memórias enterradas de perdas e traições emergiam, lançando uma sombra sobre a vida de Emma. A dualidade de sua existência tornou-se uma fonte constante de conflito interno.

A sombra no espelho, cada vez mais distante de Emma, começou a murchar como uma flor desidratada. Suas revelações tornaram-se mais escassas, substituídas por um silêncio pesado. Emma, desesperada por manter viva a conexão que a havia consumido, viu-se perdendo a própria sanidade.

Eventualmente, a sombra desapareceu completamente, deixando para trás um espelho que refletia apenas a solidão de Emma. As memórias dolorosas que haviam ressurgido eram agora as únicas companhias em seu quarto vazio.

O mundo real, percebendo a decadência emocional de Emma, tentou intervir. Amigos e familiares expressaram preocupação, mas Emma estava irremediavelmente perdida em sua própria melancolia. Cada olhar no espelho era um lembrete cruel da perda que ela mesma havia causado.

Em uma noite sombria, Emma, incapaz de suportar a solidão, olhou fixamente para seu reflexo desolado. O espelho, uma vez portal para revelações, tornou-se agora um abismo sem fim. Ela se viu presa entre dois mundos, nenhum dos quais oferecia consolo ou esperança.

A tristeza profunda que consumiu Emma culminou em uma decisão irrevogável. Naquele quarto silencioso, ela deu seu último suspiro, um eco melancólico que ecoou pelo corredor vazio. O espelho, agora refletindo apenas a ausência, permaneceu como testemunha silenciosa da tragédia que ocorreu em sua frente.

O leilão de antiguidades nunca soube da tragédia que se desenrolou na vida de Emma, e o espelho, uma vez repleto de magia, tornou-se um artefato esquecido em um mundo que continuava girando, indiferente à dor que deixava para trás.

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